Ontem escrevi que fiquei triste porque havia sido desclassificada sábado no percurso médio da corrida de orientação. Tive vontade de desistir do campeonato e não participar do percurso longo no domingo e até de desistir de praticar corrida de orientação, pois achava que o erro que eu cometera era um absurdo e ele já tinha acontecido comigo uma outra vez. E por causa do erro eu pensava que já havia perdido o 3º lugar, que antes estava garantido, pela minha pontuação e participação nas outras etapas do campeonato. Eu estava muito enganada! Não só não havia perdido o 3º lugar, como também o erro que eu cometera (esquecer de marcar um prisma) era um erro que que até atletas experientes cometiam. Ao fazer o percurso longo no domingo, ouvi dois senhores conversando rapidamente, e um dizia justamente que esquecera de marcar um prisma. Passou, bebeu água e foi para o próximo prisma. O senhor dizia isso para o amigo sem nenhum drama, até com uma certa dose de bom humor, enquanto eu, ao saber que cometera este erro, no dia anterior, fiz toda aquela tragédia, me senti uma mula! Nesta hora, ao ouvir a conversa dos dois senhores, aprendi uma lição: vi que preciso ser mais humilde, aceitar que ainda tenho muito que aprender e que não se desiste quando as coisas não saem do jeito que a gente quer. Além do mais, vencer não é tudo! Subir ao podio é bom, com certeza, mas no meu esporte, gostoso é entender o mapa, encontrar os prismas, fazer o percurso num tempo cada vez mais curto etc.
Eu nem queria estar presente lá no ginásio na cerimônia de premiação porque achava que não ia ganhar nada. Só fui na última hora, quando minha irmã falou que minha amiga Kate havia sido desclassificada, então eu teria sim chance de novo de subir ao podio, no 3º lugar. Eu só fui por causa disso, mas fiquei pensando nessa coisa de rivalidade/competiçao, como eu lido com isso. Gosto muito da Kate e gosto da corrida de orientação, mas quando pinta esse negócio de competição no meio, classificação, as coisas não ficam boas para mim. Eu posso ficar atrás dela, mas se tiver que disputar com ela um lugar no podio, me sinto mal. Por exemplo: se ela ficar em primeiro e eu em terceiro, tudo bem. Aqui no DF estamos quase sempre juntas: ela em primeiro e eu em segundo ou ela em segundo e eu em terceiro lugar. O que aconteceu no brasileiro era que eu estava em terceiro e ela em quarto, aí eu vacilei, fui desclassificada no sábado, ela iria ficar em terceiro e eu em quarto lugar (o podio é até terceiro lugar...). Mas aconteceu o que para mim era absolutamente improvável e eu sinceramente lamento porque a kate é uma excelente atleta, mas ela foi desclassificada no domingo, aí eu voltei ao 3º lugar e ela ficou em 4º.
Bem, eu subi no pódio, fiquei feliz, é claro, mas muito ciente de que tenho que trabalhar em mim essa questão da rivalidade/competitividade.
Lembrei até que posso ter tido alguns episódios na infância desagradáveis relacionados a isso, pois já tive sensações ruins difíceis de explicar, quando professores de natação se referiram a competição. Sei que desde pequena fui colocada numa escolinha de natação. Adoro nadar, mas lembro vagamente de ter me afastado de aulas ao me ver diante dessa realidade de competição...
Também vejo algo relacionado, uma imagem de uma competição de natação, mas eu já uma pré adolescente, morando em Boa Vista-RR... Não sei direito o que aconteceu.
Eu me cobro demais. Não me permito o erro. Para outros o erro é pequeno, mas para mim é inaceitável. Se é pequeno, não é para cometê-lo, oras bolas! Essa é uma característica minha? Sou assim? Posso mudar isso?
Ai, escrever é bom, dá trabalho mas é bom!
Preciso fazê-lo com maior frequencia possível!
Mesmo que não sejam muitas linhas, mas que eu escreva!
UM BEIJO
SUZANA
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